sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Cabarés

















CABARÉS















Costurando Memória
















Costurando Memórias






Costurando Memória surgiu com uma experiência num tempo real e mágico. Estava eu andando pelas ruas da Lapa distante de tudo e de mim mesmo. No meu caminho encontrei uma caixa de fotográfias PB e junto várias cartas com postais do mundo todo. Peguei as fotos e levei para casa. Coloquei sobre a mesa e comecei a olhar fotos por fotos. Nisso fui percebendo que todas as pessoas que estavam nas fotos eram amigos e parentes. Conforme lia as cartas, mais distante e sonhador eu ficava. No início fui sentindo tristeza, pois a sensação era de extrema solidão. Depois me veio algo por dentro que parecia mais uma orquestra. Tudo começou a ter som, textura, pulsação de vida. Queria unir todos que lá estavam. Peguei uma linha e agulha e comecei a costurar fotos, cartas, objetos inanimados. Criei um grande painél de reencontro. Fui costurando e bordando uma por uma, e a sensação era de que estava costurando minha estória. Sentia como se estivesse costurando meu corpo, minha alma. Estava totalmente envolvido ao meu tempo presente tecendo um passado de vida com imagens de um mundo já costurado e remendado de emoção. No momento em que olhei para minha camisa e cortei um pedaço dela para costurar junto com as fotos, algo mágico me aconteceu.: descobri que era preciso me costurar, pois só assim eu iria conseguir me encontrar neste mundo novamente e acreditar na vida. Quando terminei de costurar aquele imenso painél de fotográfias, parecia que retornava de um túnel do tempo, e deste retorno eu comecei a viver costurando tecido e trabalhando com isso para viver. È isso que faço hoje na vida: costuro - me rasgo e me rendo...

domingo, 17 de outubro de 2010

Entre Muros











O trabalho "Entre Muros" foi inspirado a partir de um livro do escritor José Saramago chamado Ensaio sobre a Cegueira. As imagens surgem na roupa com figuras de pessoas que trafegam entre muros contínuos e descontínuos. Essas figuras humanas parecem vírus, devido as transformações constantes que ocorrem em seus corpos quando vão se preenchendo de sentimento, de vida. Alguns personagens se perdem neste espaço, pois não conseguem se encontrar devido as couraças de valores que foi cultivando durante toda a vida. Eles andam neste espaço imaginário sem direção nenhuma, sendo apenas guiado pelo som, pelo cheiro, pelo toque. Essas sensações vão fazendo com que os muros se modifiquem de forma orgânica, conforme o estado de alma de cada ser. Quando cada um deles se encontram neste labirinto de tijolos, os corpos vão se alimentando pelo calor da alma. O único olhar que existe neste mundo é o da própria alma. Alguns não conseguem tocar o outro com medo da perda. Preferem não ter para não sofrer. Consequentemente, os muros se modificam também como um vírus, pois é movido pelo sentimento de cada um. Como Fernando Pessoa dizia: " Tudo Vale a pena quando a alma não é pequena".
È neste mundo imaginário que percorro em pensamento afim de criar uma narrativa da imagem com signos flutuantes para falar de tijolos subjetivos, os quais vão surgindo conforme o encontro das formas, das imagens intensificada pelos desejos e sentimentos das figuras que caminham neste espaço lúdico. Os muros nascem de dentro para fora e de fora para dentro. Quando digo que é um muro subjetivo é porque não tem nada de concreto nas formas como elas surgem, pois são muros que surgem no íntimo de cada ser que tem por natureza o poder de estruturar e desestruturar todo o meio em que vive. Este universo onde as formas vão se fundindo cria uma comunhão de significações que permite que cada um possa expressar aquilo que vê maneira diferente. Os muros vão surgindo também ora no silêncio, ora em eco. Ele é vivo e oscila de forma dinâmica, nos toques em que as imagens vão surgindo. A cada movimento das figuras surgem tijolos imaginários criando este labirinto de muros subjetivos. A necessidade do toque vai surgindo com a necessidade humana de encontrar o outro como se estivesse encontrando a sí mesmo, desta forma afirmando a sua existência. Entre Muros é isso: ser muro e não ser muro. Estar visível e invisível ao mesmo tempo.