domingo, 17 de outubro de 2010

Entre Muros











O trabalho "Entre Muros" foi inspirado a partir de um livro do escritor José Saramago chamado Ensaio sobre a Cegueira. As imagens surgem na roupa com figuras de pessoas que trafegam entre muros contínuos e descontínuos. Essas figuras humanas parecem vírus, devido as transformações constantes que ocorrem em seus corpos quando vão se preenchendo de sentimento, de vida. Alguns personagens se perdem neste espaço, pois não conseguem se encontrar devido as couraças de valores que foi cultivando durante toda a vida. Eles andam neste espaço imaginário sem direção nenhuma, sendo apenas guiado pelo som, pelo cheiro, pelo toque. Essas sensações vão fazendo com que os muros se modifiquem de forma orgânica, conforme o estado de alma de cada ser. Quando cada um deles se encontram neste labirinto de tijolos, os corpos vão se alimentando pelo calor da alma. O único olhar que existe neste mundo é o da própria alma. Alguns não conseguem tocar o outro com medo da perda. Preferem não ter para não sofrer. Consequentemente, os muros se modificam também como um vírus, pois é movido pelo sentimento de cada um. Como Fernando Pessoa dizia: " Tudo Vale a pena quando a alma não é pequena".
È neste mundo imaginário que percorro em pensamento afim de criar uma narrativa da imagem com signos flutuantes para falar de tijolos subjetivos, os quais vão surgindo conforme o encontro das formas, das imagens intensificada pelos desejos e sentimentos das figuras que caminham neste espaço lúdico. Os muros nascem de dentro para fora e de fora para dentro. Quando digo que é um muro subjetivo é porque não tem nada de concreto nas formas como elas surgem, pois são muros que surgem no íntimo de cada ser que tem por natureza o poder de estruturar e desestruturar todo o meio em que vive. Este universo onde as formas vão se fundindo cria uma comunhão de significações que permite que cada um possa expressar aquilo que vê maneira diferente. Os muros vão surgindo também ora no silêncio, ora em eco. Ele é vivo e oscila de forma dinâmica, nos toques em que as imagens vão surgindo. A cada movimento das figuras surgem tijolos imaginários criando este labirinto de muros subjetivos. A necessidade do toque vai surgindo com a necessidade humana de encontrar o outro como se estivesse encontrando a sí mesmo, desta forma afirmando a sua existência. Entre Muros é isso: ser muro e não ser muro. Estar visível e invisível ao mesmo tempo.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

IR-Mãos da Criação


Ir-mãos da Criação é um diálogo que traçamos com a vida no toque da representação